O Paraná tem 7 mil 113 quilombolas, segundo os dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, o que coloca o Estado em 20º lugar no número de integrantes dessa população. No Brasil são um milhão e 300 mil pessoas. Foi a primeira vez que o Censo investigou o grupo, integrante dos povos e comunidades tradicionais reconhecidos pela Constituição de 1988. O levantamento levou em conta a autodeclaração das pessoas entrevistadas. Somente 9,11% dos autodeclarados quilombolas no Paraná residem em territórios quilombolas. São 804 pessoas vivendo nesses locais, sendo que entre essas, 648 se autointitularam quilombolas. A população tradicional equivale a 0,06% do número de habitantes do Estado, que chega a 11 milhões 443 mil e 208 pessoas. O maior grupo vive em territórios em Adrianópolis, seguido de Reserva do Iguaçu e Doutor Ulysses, mas a população autodeclarada também está em territórios de Castro, Cerro Azul, Curiúva e Guaíra. Outros 6 mil 465 quilombolas vivem fora dos territórios oficialmente delimitados ou com potencial ocupação quilombola. O Estado conta com dez territórios oficialmente delimitados, estabelecidos por decretos, portarias ou Relatório Técnico de Identificação e Delimitação. O Censo 2022 também apontou que há 2 mil 635 domicílios no Paraná com pelo menos uma pessoa autointitulada quilombola. Eles estão localizados em 31 cidades, ou 7,7% dos municípios paranaenses, espalhados na Região Metropolitana de Curitiba, Litoral, Sudoeste, Centro, Centro-Sul, Campos Gerais e no Oeste do Estado. Clemilda Rodrigues, diretora de Igualdade Racial e Povos e Comunidades Tradicionais do Estado, ressalta que os quilombolas tem um papel fundamental na construção histórica, social e cultural do Paraná e do Brasil.