Nos três primeiros meses deste ano, os casos de dengue triplicaram nas Américas em relação ao mesmo período de 2023. De acordo com a Organização Panamericana da Saúde, Brasil, Argentina e Paraguai são os países mais afetados pela doença.
Ainda segundo o órgão, este já é possivelmente o pior surto de Dengue observado nas américos, que se estendem do Canadá até o extremo sul do Chile e incluem o Caribe. O território já soma cerca de 3,5 milhões de casos e mais de 1.000 mortes pela doença.
No Brasil, o patamar de casos já representa um recorde absoluto. O país tem mais 2 milhões e trezentos mil registros prováveis de dengue, número nunca verificado em anos anteriores. Para o médico infectologista Jean Gorinchteyn, a vacina que vem sendo aplicada em ritmo abaixo do esperado seria neste momento a única capaz de impactar de fato no bloqueio de casos da doença.
“Infelizmente, o número de doses de imunizante, ele é ainda muito baixo, fez trito a um grupo de dez a quatorze anos, por tanto, desses adolescentes, mas o pior e o mais agravante que nós temos hoje, 12% dessa população alvo vacinada, quer dizer, as pessoas também não entenderam que esse é um grupo que precisa e merece ser imunizado e protegido, que corresponde ao segundo maior grupo de pacientes que evolui de uma forma grave, infelizmente, até fatal.”
O Instituto Butantã está em fase final de testes para uma vacina contra dengue. A secretaria estadual da saúde acredita que o imunizante deve estar disponível no país a partir do ano que vem, desde que haja autorização da Anvisa.
A expectativa é de que a capacidade produtiva inicial do instituto seja de pelo menos 10 milhões de doses. Além de ter produção nacional, o que reduziria o custo em relação à vacina da fabricante japonesa já disponível no SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
O imunizante também deve ser aplicado em dose única. Há um esforço no butantan para aumentar a capacidade produtiva de doses. Para Jean Gorinchteyn, com a imuneização ainda no início, a transmissão da doença deve deve se manter em um patamar elevado.
“Infelizmente, nós ainda teremos o número elevados de casos. Apesar de um descenso do número que poderão acontecer em algumas regiões, nós, ainda, terem um incremento desse número de casos, especialmente, até o mês de maio.”
Até esta última quinta -feira, 154 pessoas morreram vítimas da Dengue, no estado de São Paulo, em 2024. quatro. Outros 331 óbitos ainda estavam sob investigação. Além disso, o estado já reúne mais de 367 mil casos prováveis da doença.
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