Os jogadores profissionais de futebol, do sexo masculino, têm alta prevalência da Síndrome Impacto Femoroacetabular no quadril, que é um contato anormal entre a ‘cabeça’ do fêmur (osso da perna) e o encaixe da articulação do quadril (acetábulo).
O estudo “Impacto femoroacetabular e lesões na virilha entre jogadores de futebol”, publicado na Sports Medicine and Arthroscopy Review, aponta que 92% dos atletas de futebol apresentam evidências da síndrome em exames de imagem. A prevalência entre a população em geral também é alta e chega a 28%. Se pensarmos na população de União da Vitória (55 mil, segundo o IBGE), são 15 mil indivíduos com sinais do impacto nos exames.
A doença é um problema mecânico na articulação, causado principalmente pelo excesso de osso na cabeça do fêmur ou no encaixe do quadril; alguns pacientes podem apresentar os dois quadros.
Segundo o ortopedista especialista em quadril, Dr. Lucas D’Amico, a alteração tem grande prevalência em atletas jovens. “Afeta principalmente aqueles que fazem movimentos de grande amplitude de quadril, como jogadores de futebol, golfe, ballet e surf, além de pacientes com hipermobilidade”.
A dor na região da virilha e no quadril, que também pode afetar o glúteo, é o principal sinal. “Geralmente os pacientes apresentam dor durante a realização de atividades que exigem flexão e rotação de quadril, após passar muito tempo sentado ou dirigindo. Casos mais graves podem causar restrição de mobilidade e dor crônica”, explica.
Para o diagnóstico adequado é necessário passar por consulta médica com ortopedista especializado em quadril, realizar exame físico e de imagem.
Ainda de acordo com o Dr. Lucas D’Amico, o tratamento para estes casos tem como objetivo evitar lesões de cartilagem degenerativas que podem acontecer devido ao impacto. “A indicação de tratamento para cada paciente depende de uma série de fatores, como idade, sintomas apresentados, prática de atividades esportivas e laborais, e o grau das lesões. Pode ser conservador com o uso de medicamentos, fortalecimento muscular e fisioterapia ou exigir cirurgia, principalmente para pacientes jovens e com sintomas e que possuem lesão de cartilagem ou de labrum associadas”.
Se necessária, a cirurgia pode ser feita de forma minimamente invasiva, com o auxílio da artroscopia, o que permite recuperação precoce e retorno mais rápido às atividades cotidianas.
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